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Little Drop of Poison

veneno avulso com antídoto incorporado

veneno avulso com antídoto incorporado

Little Drop of Poison

08
Out07

Only in Portugal

antídoto
Tenho pensado seriamente em fechar um ciclo na minha vida profissional.
Ando farto de trabalho de secretária e quero mudar para algo completamente diferente que me permita movimento e contactos sociais interessantes.
 
A dificuldade sempre foi ocorrer-me aquela ideia brilhante ou encontrar um nicho de mercado que garanta o sucesso do projecto.
 
Pois, meus amigos, o milagre aconteceu.
E se falo disto aqui é porque ainda falta um pormenor, o sócio capitalista que irá financiar o projecto.
Poderão mandar as vossas propostas para o e-mail indicado neste blog, mas despachem-se porque prevejo que serão às centenas.
 
A ideia é muito simples, como, aliás, todas as ideias brilhantes.
 
Em Portugal pode-se planear e preparar todos os passos de um homicídio sem quaisquer problemas ou contrariedades, verdade? Então porque não fazê-lo com classe?
 
Imaginem um hotel de cinco estrelas destinado exclusivamente a clientes que pretendam matar ou mandar matar alguém.
 
Serviço de primeira qualidade associado ao nosso clima, gastronomia, enfim, a tudo de bom que este país tem para oferecer.
Não concordam comigo que teria ocupação plena nos 365 dias de cada ano?
 
Estou a pensar fazer publicidade em todos os grandes jornais mundiais.
Algo como isto:
 
É assassino profissional ou um mero filho da puta?
Está a pensar matar um estadista, a sua mulher, marido, vizinho, chefe, colega chato, cão, sogra, seja lá quem for?
Quer apenas mandar partir as pernas de alguém?
Para quê correr riscos desnecessários se pode fazer a sua planificação à beira da piscina, bebericando um cálice de Porto e sem qualquer responsabilização criminal?
Venha até Portugal e faça dessa decisão um momento que recordará com prazer ao longo da vida.
Temos condições especiais para senhoras e grupos.
Auditório para congressos.
 
Muito importante: Não cometa a insensatez de emitir um cheque sem provisão ou poderá ser sujeito a medidas judiciais de coação, nomeadamente termo de identidade e residência.   
 
E prontes, vou ficar rico.
.
06
Out07

Entre estas quatro paredes...

antídoto
Se há coisas que sempre me deixaram fascinado são os w.c. públicos.
 
E não estou a pensar só naqueles antigos que ainda encontramos nas cidades de província, mas também nesses modernos repositórios das nossas necessidades fisiológicas que existem nas áreas de serviço das auto-estradas.
 
De cada vez que, por imperativos da natureza, me vejo impelido a entrar num desses cubículos, confesso que demoro eternidades a despachar-me.
 
Primeiro porque forro meticulosamente o trono com camadas duplas, quiçá triplas, de papel higiénico.
 
Depois, e principalmente, porque assim que me sento sou avassalado por essa avalancha de cultura popular que preenche, desde a porta às paredes, todos os espaços livres.
 
Digo-vos, aprende-se muito nos w.c. públicos.
 
Desde poesia e prosa do mais fino recorte, passando pelo desenho e pintura de invulgar categoria (julgo até já ter vislumbrado uma escultura, mas não quero acreditar), terminando pela informação de primeira necessidade, de tudo se encontra nesses locais, dignos escaparates do génio (e etc.) português.
 
Daí que não tenha nenhuma dúvida que somos um país de verdadeiros artistas.
 
Compreenderão se vos disser que toda a vida senti uma verdadeira curiosidade científica pelos w.c. femininos. Serão iguais? Mais refinados? Menos? Meus deuses, não hei-de morrer sem lá fazer uma incursão exploratória…
 
Enfim, quando finalmente me lembro do que fui fazer, me despacho e saio, sinto-me sempre mais leve.
E porquê? - perguntarão vocês. Ora, por aquela razão óbvia, aqui não estava a falar de cultura.
 
Pergunto: Será que somos um país de trolhas? Será que andamos rodeados de Frankensteins psicológicos?
 
Contem-me tudo!
.
20
Set07

À queima-roupa

antídoto
Hoje, num jornal diário, li esta coisa fantástica: “…assassinado à queima-roupa com várias pauladas no crânio”.
 
Não é uma frase maravilhosa?
 
Há pessoas assim que têm a faculdade de, com meia dúzia de palavras, nos transmitirem a imagem exacta, fazerem com que a nossa imaginação crie de imediato o filme dos acontecimentos.
 
Eu, que gosto de escrever mas não o faço profissionalmente, tenho a noção das minhas limitações, das minhas falhas e erros e sinto-me verdadeiramente humilde quando deparo com algo assim.
 
A partir de agora vou passar a cumprimentar, abraçar e beijar à queima-roupa.
 

Acham bem?

.

Música: Free Moral Agents - The Piano Has Been Drinking

08
Jun07

Mas a mim, senhor...

antídoto
Estava concentrado no trabalho e esticou-lhe o processo distraidamente.
- Tomai mas não comei que isso não é o meu corpo.
Sentiu-a ficar hirta e olhou-a interrogativamente.
- Tu não me faltas ao respeito, ouviste!? - Exclamou ela com a voz alterada.
- E quando foi que fiz isso? - Perguntou ele com um sorriso nos lábios.
- Acabaste de o fazer! - Gritou ela, pondo toda a gente calada e atenta.
- Olha lá, há quantos anos nos conhecemos?
- Por isso mesmo, não sabes que sou uma mulher casada?
- Mas a mim, senhor, porque me dais tanta dor? - Rezou ele para o tecto, provocando a risota geral.
- Estás a ver, fazes sempre as pessoas passarem por parvas.
- E porque será?
- Olha, não fales mais comigo hoje - disse ela virando-lhe as costas.
Ele lembrou-se de uma tirada típica do Bagaço Amarelo e não resistiu: Foda-se!
Mas não foi só em pensamento.
25
Mai07

Conversas da treta

antídoto
Ela 1 - Hoje tive uma noite horrível.
Ela 2 - Então que foi, querida?
Ela 1 - Uma cólica renal.
Ela 2 - Ai, isso é horrível, também já tive.
Ela 1 - E não vomitas com as dores?
Ela 2 - Não, isso não.
Ela 1 - Passei a noite no hospital a soro.
Ela 2 - Coitadinha. E o cálculo saiu?
Ela 1 - Sim, o médico disse-me que tinha um bico e não conseguia passar do rim para o uréter .
Ela 2 - Isso é terrível, eu até ganhei febre.
Eu - E estás bem?
Ela 1 - Sim, agora sim.
Eu - Sabem que os homens sofrem muito mais com os cálculos renais que as mulheres ?
Ela 2 - Deve ser, deve...
Eu - A sério.
Ela 1 - Então porquê?
Eu a rir-me - Porque o cálculo tem mais uns 20 centímetros a percorrer até ser expulso.

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