17
Jan08
O amor é
antídoto
A ciência vai dando passos lentos mas seguros no conhecimento do cérebro humano, já sabemos que andamos todos a toque de hormonas e que as nossas emoções são em grande parte explicadas por elas.
Os homens são todos uns brutos, infiéis, indignos de confiança que só pensam com o pénis?
Resposta: um adulto do sexo masculino produz cerca de vinte a trinta vezes mais quantidade de testosterona (responsável pela libido e pela agressividade) que o organismo de um adulto do sexo feminino.
Eta, companheiros, afinal não somos nós, a responsabilidade é da hormona e temos todos desculpa!!!
Num estudo da Faculdade de Medicina de Yale, cientistas observaram que altos níveis de testosterona, ainda que por períodos curtos de seis a doze horas, causaram morte em culturas de neurónios.
Eta, companheiros, afinal elas têm razão no que afirmam. Mas continuamos a não ter culpa, verdade?!
Estão a gostar até aqui? Sim? Ainda bem, mas isto não tem nada a ver com o tema do post que é a velha questão do que é o amor.
Passamos a vida a relacionarmo-nos, a seduzirmo-nos, a apaixonarmo-nos, a sofrermos, a vivermos em função de outros e a reproduzirmo-nos ou a treinarmos muito para isso.
Andam os poetas há séculos a cantar odes à Lua, aos passarinhos, à paixão e ao amor.
E afinal não querem lá ver que em vez de razões elevadas, poéticas, transcendentais, tudo se reduz a uma coisa tão comezinha como as substâncias químicas produzidas pelo nosso organismo?!
E há muitas que se dedicam a regular as nossas sensações de bem-estar, como a dopamina, a noradrelina, a serotonina, a ocitocina, etc.
A ocitocina, por exemplo, tem a função de promover as contracções uterinas durante o parto e a ejecção do leite durante a amamentação. Encontraram-lhe ligações ao que sentimos quando abraçamos um parceiro de longa data ou pegamos nos filhos ao colo. Tem efeitos no controle da agressividade e é bem capaz de ser a responsável pelos nossos níveis de generosidade, empatia e confiança para com os outros.
Muitos especialistas chamam-lhe a hormona do amor, já que a sua concentração no organismo aumenta 400% depois do orgasmo.
Ou seja, esta gaja foi feita para ajudar as pessoas a ficarem juntas durante muito tempo.
E dirão vocês: Mas anda tudo tão infeliz no amor, tão insatisfeito e acabrunhado, onde raio andam elas afinal, será que nos últimos tempos fizeram greve?
E respondo eu: Não será exactamente o contrário? Não andaremos todos tão viciados em ‘bem-estar’ que já não tiramos nenhum prazer das coisas simples e tranquilas?
Pois é…
.
Ou será que não é?