22
Set08
Princípios
antídoto
A moral vigente é uma espécie de caldo requentado que muitos sorvem em público, com um sorriso recatado e vomitam, aliviados, quando ninguém está a olhar.
E, concordem em coro, é bom perceber a evolução das mentalidades e a liberdade individual em que se traduz.
Mas, e há sempre um mas, o facto é que muita gente se sente perdida e desequilibrada nas inter-relações desta nova selva sem parâmetros.
Há uma minoria em crescendo, ainda mais homens que mulheres, que aproveitam regaladamente o manancial de sexo fácil e destroçam, sem quaisquer pruridos, os que, não sendo como eles, se deixam atrair para a sua teia. A emoção alheia é-lhes absolutamente indiferente e nada os impede de pintar mais uma cruz na fuselagem.
E há a grande maioria que sente e que sofre com os reveses das relações, que vai ficando céptica, descrente, amarga, se arma de pseudo indiferença e vai passando paulatinamente para o outro lado, onde nunca consegue estar bem, descontraída e serena, porque insiste em afirmar e viver algo que, simplesmente, não faz parte da sua natureza.
Tenho o meu historial de cruzes na fuselagem, raramente me apaixonei ao longo da vida e/ou senti necessidade de ter uma namorada.
A pulsão sexual está sempre presente, mas se é só isso tem que haver um limite e, para mim, esse limite é a dor alheia.
Sempre procurei olhar mais além, ver também pelos olhos de quem me interessava e, batam-me, pelos dos terceiros que poderia vir a pisar.
Sou um monógamo em série? Pode-se dizer que sim. Mas sempre fui leal e verdadeiro com as minhas parceiras. Se o sexo é tão fácil, podemos fazer opções e gozá-lo mais ao lado, tentando não desequilibrar e magoar aqueles que apenas querem amar e ser amados.
Podem-lhe chamar moralismo hipócrita, eu acho que é apenas sensibilidade humana.
E quando amo, amo! E essa é toda uma outra história…
Boomp3.com