24
Dez07
Querido Pai Natal
antídoto
Espero que esta te encontre de saúde, na companhia de todos os teus.
Eu cá vou indo, com uma rinite que ora vem, ora vai, mas que ultimamente vem mais do que vai.
Escrevo-te porque acho que chegou a hora de termos uma conversa séria, daquelas de homem para homem.
E tu desculpa, mas desta vez sou eu que vou despejar o saco.
A questão é simples, cansei-me dessa tua imensa auto-estima.
E não arregales os olhos que vais ter que me ouvir até ao fim.
Todos os anos me entras pela casa adentro, como se me fizesses um enorme favor e eu devesse receber-te como um rei.
Partes do princípio que devo sentir-me honrado com a tua presença e ficar atento, venerando e obrigado.
Refastelas-te, transformas-te no centro das atenções, comes-me as vitualhas, despejas-me a carteira, ris alarvemente e piras-te sem cerimónias, deixando-me a casa num caos.
Já alguma vez pensaste que me dava jeito uma ajuda na cozinha? Claro que não, achas-te o maior e nem te ocorre que só dás trabalho.
Ainda por cima, não te basta apareceres, tens que anunciar a tua visita com dois meses de antecedência e deixar toda a gente amalucada, num estado febril e alucinado, de música mil vezes repetida e consumo desenfreado.
Diz-me lá tu, o que é que fizeste por mim nestes últimos trinta anos?!
Onde é que está o iate que me prometeste, hum?! As viagens que insinuaste que me proporcionarias? A vida boa que me garantiste??!!
Não, não, não, nem me digas nada, agora chega!
Por favor, NÃO VENHAS!!!
Dá cumprimentos meus ao Rudolfo e, para ti, um abraço deste que te quer bem, mas já não está para te aturar.
Música: Brenda Lee - I saw mommy kissing santa claus
Eu cá vou indo, com uma rinite que ora vem, ora vai, mas que ultimamente vem mais do que vai.
Escrevo-te porque acho que chegou a hora de termos uma conversa séria, daquelas de homem para homem.
E tu desculpa, mas desta vez sou eu que vou despejar o saco.
A questão é simples, cansei-me dessa tua imensa auto-estima.
E não arregales os olhos que vais ter que me ouvir até ao fim.
Todos os anos me entras pela casa adentro, como se me fizesses um enorme favor e eu devesse receber-te como um rei.
Partes do princípio que devo sentir-me honrado com a tua presença e ficar atento, venerando e obrigado.
Refastelas-te, transformas-te no centro das atenções, comes-me as vitualhas, despejas-me a carteira, ris alarvemente e piras-te sem cerimónias, deixando-me a casa num caos.
Já alguma vez pensaste que me dava jeito uma ajuda na cozinha? Claro que não, achas-te o maior e nem te ocorre que só dás trabalho.
Ainda por cima, não te basta apareceres, tens que anunciar a tua visita com dois meses de antecedência e deixar toda a gente amalucada, num estado febril e alucinado, de música mil vezes repetida e consumo desenfreado.
Diz-me lá tu, o que é que fizeste por mim nestes últimos trinta anos?!
Onde é que está o iate que me prometeste, hum?! As viagens que insinuaste que me proporcionarias? A vida boa que me garantiste??!!
Não, não, não, nem me digas nada, agora chega!
Por favor, NÃO VENHAS!!!
Dá cumprimentos meus ao Rudolfo e, para ti, um abraço deste que te quer bem, mas já não está para te aturar.
Música: Brenda Lee - I saw mommy kissing santa claus