23
Abr07
Eles estão lá
antídoto
Sempre me fez impressão o isolamento a que são votadas as pessoas mais idosas.
Não pelas dificuldades inerentes à idade, não por se fecharem em si mesmas, mas pela forma como são vistas por nós.
Esquecemo-nos com frequência que dentro de uma pele enrugada está um ser pensante.
E, com a melhor das intenções, alteramos a nossa maneira comum de agir, tratando-as com um carinho excessivo e vazio, ou com um distanciamento indiferente.
Os velhos são para nós, ainda que inconscientemente, quase como um animal de estimação de quem se gosta, a quem se faz uma festa, se dá um mimo, se alimenta e, pronto, missão cumprida.
Esquecemo-nos que eles são exactamente como cada um de nós, têm as mesmas necessidades emocionais, os mesmos desejos, carências e medos que apenas se habituaram a calar.
Quando sabemos do assumir de uma união entre um casal de idade avançada logo nos ocorrem pensamentos ou de censura ou de ternurinha bacoca.
O que não nos ocorre é que aqueles corpos frágeis e requebrados sintam ainda alguma pulsão sexual, algum desejo pecaminoso, alguma necessidade de serem tocados.
A idade não me assusta, o que me assusta é ser lentamente empurrado para a zona cinzenta de quem é visto como um ser não pensante.
Tentem não se esquecerem que só o corpo envelhece, lá dentro está preso o intelecto.
Não pelas dificuldades inerentes à idade, não por se fecharem em si mesmas, mas pela forma como são vistas por nós.
Esquecemo-nos com frequência que dentro de uma pele enrugada está um ser pensante.
E, com a melhor das intenções, alteramos a nossa maneira comum de agir, tratando-as com um carinho excessivo e vazio, ou com um distanciamento indiferente.
Os velhos são para nós, ainda que inconscientemente, quase como um animal de estimação de quem se gosta, a quem se faz uma festa, se dá um mimo, se alimenta e, pronto, missão cumprida.
Esquecemo-nos que eles são exactamente como cada um de nós, têm as mesmas necessidades emocionais, os mesmos desejos, carências e medos que apenas se habituaram a calar.
Quando sabemos do assumir de uma união entre um casal de idade avançada logo nos ocorrem pensamentos ou de censura ou de ternurinha bacoca.
O que não nos ocorre é que aqueles corpos frágeis e requebrados sintam ainda alguma pulsão sexual, algum desejo pecaminoso, alguma necessidade de serem tocados.
A idade não me assusta, o que me assusta é ser lentamente empurrado para a zona cinzenta de quem é visto como um ser não pensante.
Tentem não se esquecerem que só o corpo envelhece, lá dentro está preso o intelecto.
E isto é um aviso, porque se um dia eu for, não um senhor, um homem idoso e me vierem com pa-ta-ti-pa-ta-tás... vai soltar-se o verbo.