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Out07
Macacos
antídoto
Há uns anos li, já não sei onde, a descrição de uma experiência que era mais ou menos assim:
Numa jaula ampla, com uma escada colocada no centro que permitia o acesso ao tecto, introduziram-se 6 macacos, alimentando-os normalmente e dando-lhes tempo para se adaptarem ao novo habitat.
Depois penduraram no tecto da jaula um cacho de bananas e claro que todos os macacos se precipitaram para a guloseima.
Mas assim que começaram a subir a escada foram surpreendidos com umas agulhetadas de água fria e, depois de muita molha, acabaram por desistir e ficar indiferentes às bananas.
Passados alguns dias retiraram da jaula um dos macacos veteranos e introduziram na mesma um novo.
Claro que o bicho, ao ver as bananas, até derrapou direito a elas.
Mas, antes que as conseguisse alcançar, os veteranos agarraram-no e deram-lhe uma tareia, o que se foi repetindo até que também este ficou indiferente à existência das bananas na jaula.
Novo veterano fora da jaula, novo rookie lá dentro, novas cenas de violência, sempre o mesmo resultado.
Até que, no final da experiência, estavam dentro da jaula 6 macacos que nunca tinham sido molhados mas ignoravam por completo as bananas.
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Agora façam vocês uma experiência, extrapolem isto para nós, humanos, e para o nosso imenso bananal, sendo que o bananal é a nossa formatação mental e os nossos preconceitos.
Tentem questionar, de forma sistemática, porque é que pensam o que pensam, relativamente a uma série de pressupostos sociais.
Se isso tem alguma razão de ser efectivamente válida, qual é o fundamento para que assim seja, se o contrário vos afectaria de alguma forma ou faria de vós piores seres humanos.
Acredito que irão chegar a algumas conclusões interessantes, depois depende do que cada um quiser fazer com elas.
É que os macacos têm desculpa…
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