06
Abr07
Raio dos aceleras
antídoto
Cinco e meia da manhã, as luzes da discoteca piscaram a avisar os resistentes que era hora de fechar.
Corremos ao bar a pedir a última cerveja. Corremos não, cambaleámos, tínhamos estado toda a noite no jogo do quem aguenta melhor a bebida e estávamos os quatro perdidos de bêbados.
Finalmente lá saímos, aos tropeções. Sentia a cabeça oca e a zunir, da sobrecarga de álcool e decibéis, e aspirei o ar fresco da madrugada.
Entrámos no meu velhinho Dyane e os meus amigos ‘apagaram’ assim que se sentaram.
Competia-me guiar os longos oito quilómetros que nos poriam em casa. Sabia que era uma loucura conduzir naquelas condições, mas estava na idade em que ainda somos imortais, por isso concentrei-me, puxei de toda a lucidez e auto-controle de que fui capaz e lá arranquei.
Atravessámos lentamente as ruas desertas. Desertas e bem mais estreitas que o que pareciam na ida, mas enfim…
Depressa me adaptei às condições, percebi que só conseguia ir a direito com o nariz colado ao vidro e nem pensar em tirar os olhos da estrada, ou o sacana do carro ganhava vida e guinava para os lados.
Entrei na ponte, uma longa recta com uns dois quilómetros de extensão e respirei fundo, agora podia acelerar um pouco mais e assim fiz.
Ia a meio da ponte quando começo a ouvir as buzinadelas repetidas.
Fiz um esforço sobre-humano para manter o carro certinho na faixa da direita e deixar passar o idiota que não parava de chatear.
Apesar de não conseguir olhar para o velocímetro, a minha mente toldada dizia-me que ia a andar bem, pelo que até roguei umas pragas ao apressado.
Finalmente lá fui ultrapassado… pelo tractor agrícola.
Raio dos aceleras!
Corremos ao bar a pedir a última cerveja. Corremos não, cambaleámos, tínhamos estado toda a noite no jogo do quem aguenta melhor a bebida e estávamos os quatro perdidos de bêbados.
Finalmente lá saímos, aos tropeções. Sentia a cabeça oca e a zunir, da sobrecarga de álcool e decibéis, e aspirei o ar fresco da madrugada.
Entrámos no meu velhinho Dyane e os meus amigos ‘apagaram’ assim que se sentaram.
Competia-me guiar os longos oito quilómetros que nos poriam em casa. Sabia que era uma loucura conduzir naquelas condições, mas estava na idade em que ainda somos imortais, por isso concentrei-me, puxei de toda a lucidez e auto-controle de que fui capaz e lá arranquei.
Atravessámos lentamente as ruas desertas. Desertas e bem mais estreitas que o que pareciam na ida, mas enfim…
Depressa me adaptei às condições, percebi que só conseguia ir a direito com o nariz colado ao vidro e nem pensar em tirar os olhos da estrada, ou o sacana do carro ganhava vida e guinava para os lados.
Entrei na ponte, uma longa recta com uns dois quilómetros de extensão e respirei fundo, agora podia acelerar um pouco mais e assim fiz.
Ia a meio da ponte quando começo a ouvir as buzinadelas repetidas.
Fiz um esforço sobre-humano para manter o carro certinho na faixa da direita e deixar passar o idiota que não parava de chatear.
Apesar de não conseguir olhar para o velocímetro, a minha mente toldada dizia-me que ia a andar bem, pelo que até roguei umas pragas ao apressado.
Finalmente lá fui ultrapassado… pelo tractor agrícola.
Raio dos aceleras!
Tom Waits - Young At Heart