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Little Drop of Poison

veneno avulso com antídoto incorporado

veneno avulso com antídoto incorporado

Little Drop of Poison

30
Jul07

Estalos

antídoto
Passamos a vida a levar estalos… da vida.
Pensamos que controlamos, que sentimos ou não sentimos, que atingimos o equilíbrio e sabemos exactamente o que queremos e do que somos capazes.
Treta!
Rapidamente e sem aviso prévio, a vida se encarrega de nos mostrar que andamos ao sabor das emoções e não nos conhecemos tão bem assim.
A dor, a raiva, o despeito, o orgulho, provocam-nos reacções despidas de qualquer sentido e lá voltamos a iniciar o processo de recolha e colagem dos cacos.
Somos todos assim, passamos todos por isso, devíamos conseguir aprender.
Mas não, dedicamo-nos afincadamente a dinamitar o melhor que temos e a nós próprios.
Pensem nisso.
26
Jul07

Sai um amor para a mesa do canto!!

antídoto
É assim que vejo a maioria das relações amorosas, nascidas ‘a pedido’ e resultantes dos acasos da vida.
E acreditem que até compreendo os porquês e os mil e um factores que podem levar a uma relação, desde os biológicos, cada vez mais estudados e reconhecidos, até aos emocionais, esse mundo interior tão inconstante, volúvel, movediço e complexo.
As questões que me coloco cada vez mais são:
- Será que o amor é assim tão comum?
- Será que tudo o que vejo é mesmo amor?
- Ou será que quase tudo resulta das carências, inseguranças, necessidades afectivas, tesão, medo, solidão, sentimento de posse, a projecção da felicidade na pessoa do outro, etc, etc, etc.?
Olhem à vossa volta e digam-me quantos casais, digamos, com cincos anos de existência comunicam verdadeiramente entre si, discutem ideias, partilham verdadeira intimidade, têm genuíno gozo na companhia um do outro.
Verão que a esmagadora maioria apenas está ali porque sim. Se questionados apresentarão inúmeros argumentos, todos muito válidos e respeitáveis, claro, mas o que lhes vejo nos olhos é solidão acompanhada.
Lembro-me de algumas entrevistas de apresentação dos concorrentes do Big Brother, em que, questionados se punham a hipótese de uma relação dentro da casa, declaravam que nem pensar, que estavam apaixonados, amavam e eram amados, tinham planos para o futuro.
E o que aconteceu em muitos casos, 10 dias depois?
Será que mentiram na entrevista? Não creio. Disseram exactamente o que pensavam que sentiam, mas bastou um nada para deixarem de sentir.
Reparem, nós nascemos e começamos a ser bombardeados com o ideal do amor.
Os hábitos e costumes, a moral, a música, os livros, as hormonas, a libido, tudo nos empurra para a obsessão de amar e ser amado a qualquer custo.
Daí que muitos vivam em função das atracções, dos enamoramentos, das paixonites e confundam tudo.
Acredito que o amor existe, que é possível e ideal mas, como alguém disse, o amor é o incomum, não o banal.
E, acreditem, não acontece a pedido nem por ser muito desejado.
Por isso limpem as vossas cabecinhas e… conheçam-se verdadeiramente uns aos outros.
.
24
Jul07

Será que ainda vou a tempo? *

antídoto
Em pleno XXI, os tabus relativamente à paridade sexo/amor foram eliminados mas prevejo que se ergam novas barreiras em meados do século (senão antes) numa tentativa de evitar a banalidade. No entanto agora é de aproveitar que os tabus estão a cair por terra...
O amor é um vicio privado? Não, toda a gente ama mas por pouco tempo. Ama-se tanta gente que qualquer dia o amor será um vicio público! E depois, embora ainda existam pessoas que sofrem por amor, logo a seguir encontram outra pessoa a quem atribuir tal sentimento!
Já ninguém quer ficar preso a uma dor que só existe na cabeça.
O sexo é um pública virtude? É. Toda a gente faz sexo e tem orgulho nisso. Fala-se em orgias. Falamos uns para os outros as posições, os gostos, os fetiches. Rimos e esperamos que o parceiro nos faça subir ao céu. Caso algo corra mal seguimos em frente. Arranjamos outro parceiro... experimentamos... relatamos e há quem conte ao amigo e ao amigo do amigo que por acaso lá estava perto! Precisamos de dizer epá fulano é bom no sexo, eu faço isto e aquilo e o gajo ficou maluco comigo... e comentamos em alarido para o nossos amigos e para toda a gente que estiver num raio de 10 metros saber que ali está uma "bombmachine" virtuosa em sexo! E venha o próximo.
Digo eu agora, sei lá, amanhã posso dizer outra coisa ;)
.
* Comentário da Kruella ao post 'Grandes temas de conversa'.
.
- Está tudo acabado entre nós.
- Porquê?
- Dormiste com o Kit.
- E então?
- Não tinha pensado nisso...
- Encontramo-nos às oito?
- Ok.
.
Cena de "O Sem-vergonha", uma comédia de 1999 de Frank Oz.
.
- - -
.
Sim, eu sei que está (quase) tudo a ir por este caminho. Eu próprio o percorri em boa parte da minha vida, com excepção do "relatamos e comentamos em alarido", que sempre achei deprimente e resultante da necessidade patética de auto-afirmação que todos parecem exibir.
E, para ser completamente sincero, ainda o vou percorrendo e considero que é uma evolução positiva, relativamente ao passado.
Mas o facto é que o excesso e o exagero são, por si só, também negativos.
Cheguei a um ponto em que me começo a interrogar, a achar insatisfatória esta coisa do muito riso, muito divertimento, muito fast-sex.
Até porque parece que ninguém se consegue divertir verdadeiramente sem emborcar uns copos ou meter uns comprimidos e afins.
E, claro, são todos muito livres, levezinhos e liberais, mas é quase regra o pavor que sentem relativamente ao amor e à eventualidade do sofrimento.
Claro que o derrubar da tacanhez mental e do puritanismo bacoco são óptimos e ainda há muito caminho a percorrer.
Mas estamos a perder a capacidade de nos darmos, de confiarmos, de conseguirmos a intimidade emocional que permite ir fundo no outro e o construir de coisas muito bonitas e fundamentais para o nosso bem-estar emocional.
Estarei a ficar velho?
.
18
Jul07

Há outros mundos...

antídoto
Há interrogações que nos acompanham desde que descemos das árvores (no meu caso já foi há uns bons 30 anos).
Coisas como a existência de deuses, o significado da vida, se haverá algo mais depois da morte, almas do outro mundo e deste, etc, etc, etc.
A necessidade de um paizinho omnipotente que nos dê colinho, nos assegure que tudo vai ficar bem e nos garanta que vamos ser eternos, faz destas coisas.
Para mim não há paizinhos. Nós próprios e o acaso é que garantimos a nossa existência, mas não há rede de segurança.
E quando acabar, acabou. Não vai haver luz brilhante, nem espírito, nem alma, nem céu, nem inferno, nem ressurreição.
E isto é mau? Se for aceite sem angustias não é, digo-vos até que pode ser sinónimo de paz. Adormece-se e pronto, venham os bichinhos que não interessa nada, o que interessava já acabou.
Temos então que:
a) Nascemos, desenvolvemo-nos e morremos, ponto final.
b) Não há deus, diabo, pecado, castigo.
c) Há que aproveitar enquanto cá estamos.
Aproveitar significa viver gostando verdadeiramente da vida, tirando genuíno prazer das coisinhas mais simples, querendo tudo sem desejar nada.
Aproveitar significa pensar nos porquês das normas morais que regem as nossas vidas e perceber se elas são realmente válidas e nos fazem felizes.
Aproveitar não significa pisar ou usar os outros porque, ainda que não haja castigo divino, há uma diferença entre o bem e o mal que deve estar bem demarcada em nós.
A raça humana continua em evolução tecnológica acelerada. Exploramos o espaço, o fundo dos oceanos, alargamos continuamente horizontes em todas as áreas do conhecimento.
Mas continuamos incipientes no conhecimento de nós próprios.
Paul Éluard, um poeta francês falecido em 1952, escreveu que “há outros mundos mas estão neste. Há outras vidas mas estão em ti”.
Explora-os.
.
16
Jul07

Eu não sou beijoqueiro

antídoto
Trabalho há quase seis anos com as mesmas pessoas mas só agora, por ter alterado o meu horário, comecei a chegar à mesma hora que elas.
E, ó pá, aquilo é uma beijoqueira diária que só visto, chegam e vêm pespegar-me com os dois beijinhos da praxe.
Passei seis anos a mandar para o ar um “bom dia” geral, será que me estão a querer mostrar como sou mal-educado?
É que quando não vemos alguém durante uns dias é natural que se cumprimente a pessoa com dois beijos. Mas com colegas que se vêem diariamente, ao longo de anos, também tem mesmo que ser assim?
Hoje, quando olhei, vinham quatro delas direitas a mim.
- Wohoo, calma aí! Vamos lá esclarecer uma coisa, eu não sou beijoqueiro, quando beijo, beijo mesmo. Qual vai ser a primeira?
Tive que fugir… : )
10
Jul07

'A arte de bem montar' ou 'Apostar no cavalo certo' ou, ainda, 'Porque será que anda tudo a zurrar?'

antídoto
Confesso que sou um apaixonado pela mente humana e, desde que me conheço, muito atento aos outros, tentando perceber e identificar os porquês das razões, das reacções, das emoções, das…das… das…
E o que é que isto fez de mim? Apenas um gajinho que, passando por intuitivo, conhece, talvez melhor que a maioria, os botões e cordelinhos que, devidamente utilizados, provocam as reacções x, y, ou z.
Ou seja, acho que daria um excelente bruxo, astrólogo, vidente, padre e afins…
Mas tendo presente que faço muita auto-censura e evito manipular o próximo (sim, sou bonzinho e tal), continuo na mesma.
É que as pessoas não podem ser analisadas tendo por base apenas a razão e ninguém, digam lá o que disserem, consegue definir inteiramente as razões da emoção.
Ora isto não é em si mesmo um mal, até porque mata o tempo a muito poeta, mas já no que respeita aos relacionamentos amorosos, valha-nos S. Descartes.
E vem isto à baila porque é impressionante o desfasamento entre o que cada um de nós sabe que quer e precisa num(a) parceiro(a) amoroso(a) e a forma como embarcamos em relações fadadas (não inventem, eu disse fadadas) ao fracasso, com os consequentes dramas, lamúrias e sofrimento avulso.
E a culpa é sempre do outro, que não quis, não soube querer, não era exactamente aquilo que dizia, mostrava e demonstrava.
Mas o que nos faz cair de quatro assim, num estalar de dedos, por outra pessoa, hun?
Bem… as teorias são tantas que não cabem aqui mas, na minha modesta opinião, resumem-se numa única palavra: patetice (viram como sou bonzinho?).
É que conhecer verdadeiramente alguém exige tempo, vontade e dedicação.
E só depois é possível perceber se vale mesmo a pena apostar naquele cavalo, salvo seja (ou não).
E, porque as coisas são como são (viram como sou excelente a argumentar?) há que saber montar bem e ir trocando de montada até encontrar a tal que galopa sem precisar de esporas nem pingalim (caraças, que bela imagem).
Ora se a esmagadora maioria de ‘vocências’ põe o coração no cepo ‘ao primeiro olhar’, depois queixam-se do quê? Que ele vem fatiado?
Eu já disse aqui o que me faz ficar a farejar o ar no que respeita a mulheres.
Digam lá vocês agora o que é que afinal querem num homem (para além do baixar o tampo da sanita e não deixar roupa espalhada pelo chão).
Contem-me tudo.
09
Jul07

E então há que cortar

antídoto
“A excitação sexual é a situação do corpo que prepara e torna possível esse acto de entrega total que é o amor. Portanto, é, em si própria, algo de bom. Quando prepara para o amor entre os esposos, a ternura física exprime essa verdadeira união pessoal entre duas pessoas que se entregaram para a vida inteira. Nesse momento, isso é o verdadeiro amor e sabe a amor. A excitação tem sentido quando se vai realizar o acto conjugal. E este tem sentido quando é verdadeiramente "fazer amor", dentro do casamento.
Por isso, fora dessa situação, a excitação sexual perde o seu sentido real. Não tem nada de grande, nada de nobre, nada de santo que exprimir e preparar. Converte-se em simples carne e vive-se como fonte de prazer egoísta. É uma mentira que corrompe o sentido e a realidade do sexo como expressão do amor. E então há que cortar antes que a excitação aumente.”

Pérolas como esta podem ser encontradas num site que pretende esclarecer as dúvidas sobre a sexualidade humana.
Dizem os senhores que “para saber viver a sexualidade, deve-se saber primeiro o que é”.
Pois muito bem, ficámos todos esclarecidos, pois não ficámos?
Quer dizer, eu tenho ainda uma dúvida relativa aquela última frase «e então há que cortar antes que a excitação aumente».
Cortar exactamente o quê, hun?
07
Jul07

Pragma

antídoto
Andava com a cabeça na Lua e o coração a transbordar de felicidade.
Horas a conversarem, a conhecerem-se, a partilharem emoções, opiniões, conceitos, objectivos, desejos, intimidade…
A vida parecia ter outras cores, tudo parecia mais simples, leve e digno de ser experimentado e vivido.
As noites ardiam em paixão, plenas de carinho, sensualidade, luxúria e intensidade animal.
Passavam os dias a rirem como adolescentes, a trocarem sms estimulantes, desejosos do momento em que poderiam finalmente abraçarem-se.
Tinham passado só uns meses e não se reconhecia, estava mesmo agarrado e a adorar cada minuto, a construir na sua cabeça um filme com final feliz.
Mas naquele dia as respostas às sms estavam diferentes, muito espaçadas e contidas.
Perguntou-lhe se estava tudo bem, recebeu uma resposta afirmativa e descontraiu.
Encontraram-se à mesma hora de sempre, abraçou-a mas ela não correspondeu, deixando os braços caídos ao longo do corpo.
- Hum… tu não estás bem, aconteceu alguma coisa?
- Não, mas temos que conversar - respondeu ela hesitante.
- Que foi, amor? - questionou ele sentindo um baque no coração.
- É que não quero isto…
- Isto o quê?
- Isto! Isto que temos! Não quero sentir esta obrigação, esta vontade de ti, tenho a minha vida organizada, demorei a encontrar o meu equilíbrio, quero a minha vida de volta.
- A tua vida de volta? Nunca te exigi nada, não tens que mudar nada, que conversa é essa agora?
- Porquê, não posso? - respondeu ela desafiadora.
- Claro que podes, mas apanhaste-me de surpresa, mostraste-te sempre apaixonada e agora de repente…
- Sabes que adoro o meu trabalho, tenho que apostar na minha carreira, não quero sentir-me presa.
- Mas…
- Desculpa mas não dá, acabou aqui.

E o mundo voltou a ter tons de cinza...

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