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Little Drop of Poison

veneno avulso com antídoto incorporado

veneno avulso com antídoto incorporado

Little Drop of Poison

26
Fev07

Astrologia

antídoto
25 de Fevereiro a 3 de Março


A conjuntura alerta-o para estar atento a tudo o que se passa à sua volta.
Ó pá, isso é tão complicado, eu sou tímido, ando sempre de olhos no chão e assim…
Será que devo estar sempre a olhar por cima do ombro? E quem será essa tal de conjuntura?
Não tome nenhuma atitude sem antes reflectir.
Pronto, tou lixado, assim perde-se toda a naturalidade. Reflectir, pensar? Para quê, hun? Bom mesmo é tomar atitudes irreflectidas, ora!
No plano afectivo a semana é propícia a novos conhecimentos.
E tinha que ser logo nesta? Ando tão assoberbado…
No plano material estão protegidos novos estudos, aprendizagens técnicas ou trabalhos de grande profundidade.
Está lá? Faculdade de engenharia? Boa tarde, queria saber se vocês têm cursos de uma semana… Não? Ok, obrigado.
Pronto, tenho que optar pelos trabalhos de grande profundidade…
Está lá? Cemitério? Boa tarde, queria saber se estão a aceitar vagas para coveiro…
Na saúde tendência a algumas indisposições.
Está lá? João? Olha pá, é para desmarcar a noite de sexta-feira…

Maya, Maya, isto não é bonito, fazes fortuna com os papalvos e ainda lhes complicas a vida?
Para a próxima semana quero uma coisa melhorzinha, tás a oubir?!
24
Fev07

Beijo não?!

antídoto
Dizem as prostitutas que o beijo é mais intimo que o próprio acto sexual, pelo que o reservam para a pessoa de quem realmente gostam.
Agora aparece esta menina, a Elodie Frege, a destilar sensualidade, mas a dizer que acima da cintura nada dura e a negar a boca.
Vocês já viram se a moda pega?
Saber, querer e gostar de prolongar os momentos que antecedem o ‘puro e duro’ é uma arte que muitos desconhecem, mas de que sou fã absoluto.
Não há coisa melhor que a doce tortura de esticar o desejo até ao limite do insuportável.
Devo ter um lado gaja muito desenvolvido, eu também preciso de preliminares. Preciso? Que digo eu, exijo!
Beijo não?! Nem que tenha que me mudar para o Arquipélago dos Bijagós!
20
Fev07

A idade da inocência

antídoto
Tenho saudades dos meus tempos de adolescência.
E pronto, já está tudo de dedinho no ar.
Calma lá, isto não tem nada a ver com nostalgia, nem com a idade propriamente dita.
Ao contrário do que todos afirmam, se fosse possível voltar atrás eu não queria saber nada do que sei hoje.
Do que tenho saudades é da inocência, é dela que sinto falta.
Aquele tipo de inocência que nos dá a certeza que vamos mudar o mundo e ser diferentes para melhor, obter tudo o que desejamos, ver a vida em tons de azul, acreditar nas pessoas, no amor e na felicidade.
Hoje olho à minha volta e o que vejo? Pessoas derrotadas, deprimidas, negativas, exaustas, cépticas relativamente a tudo e a todos.
Ninguém se mostra, ninguém se relaciona de coração aberto, ninguém se afirma exactamente como é, ninguém confessa o que sente e o que quer.
O medo de sofrer supera a vontade de viver, na generalidade das pessoas.
Fecham-se nas suas conchas, nas suas vidinhas organizadas, nos seus hábitos confortáveis e seguros, nas suas gaiolas douradas e os dias passam, um após outro.
Acreditam que a felicidade está numa outra pessoa, confundem carência, solidão e desejo sexual com amor. Mergulham de cabeça em relações amorosas, sem terem a mínima noção da personalidade do outro e se são minimamente compatíveis. Muitas vezes, apesar do que sentem, nunca descontraiem, nunca se entregam, nunca se afirmam, vivendo num jogo permanente de egos mal resolvidos.
Depois vêem as decepções, os sofrimentos e mais cepticismo associado.
Tenho saudades da idade da inocência…
17
Fev07

A perfect day

antídoto
E foi mesmo!
Deliciei-me com o meu dia, dormi, li, ouvi música, vi uns filmes, andei pela net… enfim, descomprimi.
Mas agora já chega, está-me a chegar o tédio, linha aberta, podem vir todos.
Vou ali fazer um cozido à portuguesa à maneira, acompanhado com um Porta da Ravessa, tinto, que é o que há cá.
Quem quiser que traga os doces.
Até já!
16
Fev07

Huummm...

antídoto
Amanhã vai ser mais um daqueles dias da pantufa, de papo para o ar, sem fazer nenhum, a dormir, a regougar, sem regras nem horários.
Não vou estar para ninguém*, não me escrevam, não me telefonem, não me toquem à campainha!
Vou ausentar-me do mundo e gozar um dia de paz absoluta.

* Ninguém, é maneira de dizer.
Uma alminha inteligente, bem-humorada, descontraída, descomplexada, despreconceituosa, personalizada, com auto-estima, boa conversadora, com um mínimo de bom gosto, uma pitada de classe e que seja intuitiva, sensual, sedutora e ardente… por quem é, faça-me o favor de entrar!
15
Fev07

E os limões?

antídoto
1975
Os Pink Floyd lançam o álbum Wish You Were Here.
Em Portugal, para quem não sabe ou não se lembra, o ambiente político era volátil.
A 11 de Março dá-se a tentativa frustrada de golpe de estado e Spínola exila-se em Espanha.
O País está em polvorosa e a guerra civil é mais que uma possibilidade.
Tinha 14 anitos e as minhas memórias são escassas, falo disto apenas para perceberem a envolvência da estórinha que vou contar.
Retomando.
No início do mesmo mês de Março começa uma greve geral de alunos dos liceus, que se vai estender por vários dias.
Eu passava a vida metido na sala da associação de estudantes, era uma espécie de protegido dos finalistas que a compunham.
Num desses dia a exaltação era grande, corria o boato que a tropa ia invadir as escolas e acabar com a greve.
Discutia-se o que fazer, era muito em cima da hora para convocar uma daquelas célebres reuniões gerais de alunos, teríamos que ser nós a organizar a resistência.
Depois de muito paleio acalorado ficou decidido organizar um piquete que ficasse no liceu durante a noite e impedisse a invasão.
E lá se chegaram à frente quatro voluntários, quatro. Um deles do sexo feminino que, para falar verdade, era a razão secreta da minha presença assídua na sala da associação.
Eu ouvia atentamente a conversa, mas mantinha-me à margem da discussão, aquilo não era nada comigo.
Até que um dos heróis vira-se para mim e dispara, «então e tu, puto? a mamã não deixa o menino sair de casa à noite, não é?»
Vocês viram o filme “Regresso ao Futuro”? Lembram-se da reacção do protagonista quando lhe chamavam cobarde? Pois devo ter sido tocado por algo do género, já que, antevendo a gozação geral, me ouvi a dizer «qual quê, contem comigo!».
23:30 h desse mesmo dia.
Eu a sair de casa para vestir o meu fato de mártir e passar a noite no liceu.
Não, não saí pela porta. A realidade nua e crua é que a mamã não deixava o menino andar na rua à noite, muito menos passar noites fora.
Esperei que todos adormecessem e saltei pela janela, pois claro!
23:45 h
Chego ao liceu, ponho o cadeado na bicicleta e dirijo-me ao ginásio.
Estava tudo preparado, os colchões de ginástica levantados e encostados aos plintos e aos cavalos com arções. Em posição estratégica estavam meia dúzia de limões.
- Para que é aquilo? – perguntei.
- Para os gases lacrimogéneos – responderam-me.
Senti-me um verdadeiro Che Guevara, sentei-me junto dos meus camaradas e ali ficámos, discutindo animadamente os planos da guerra.
00.00 h
O Tozé (sacana!) e a Carla, que não demoraram nada a enrolar-se, levantam-se e dizem que vão fazer a ronda.
00.10 h
Ouvimos um burburinho que vai aumentando de intensidade.
Um senhor muito enervado invade o ginásio aos gritos, quer saber onde está a filha.
Tentamos fazer pose de revolucionários, mas um berro e duas sacudidelas acabam com a resistência.
00:20 h
A Carla entra no carro do pai a chorar, enquanto o Tozé esfrega a face, vermelha de um bofetão dado com as costas da mão (bem feito!).
00.25 h
Olhamos uns para os outros e decidimos dar por terminada a nossa guerra, jurando não contar nada a ninguém.

Pensamento 1: A tropa pára-se com limões mas nada segura um pai de cabeça perdida.
Pensamento 2: Os Pink Floyd são a melhor banda de todos os tempos.
13
Fev07

Acentuar o positivo

antídoto
Neste mundo cão, em que muitos perderam (se é que alguma vez tiveram) alguns dos princípios elementares da sã convivência em sociedade, como a honestidade e a assumpção da responsabilidade pelos próprios actos, é sempre refrescante quando assisto a algo que me faz perceber que ainda há muita gente boa por aí.
Todos comentamos o que vemos de mau mas, geralmente, não aplaudimos publicamente os exemplos positivos.
Vem isto a propósito de algo a que assisti já há bastante tempo mas que continuo a considerar exemplar.
Tinha o meu meio de locomoção num parque de estacionamento e regressava a ele quando, 30 metros mais à frente, vejo um carro a recuar e a embater violentamente num outro que estava estacionado na zona central.
Aproximaram-se alguns transeuntes, o condutor saiu do carro, examinou rapidamente os danos, escrevinhou um bilhete que prendeu no limpa pára-brisas do lesado e quando cheguei ao local já ele e os curiosos tinham ido à sua vida.
Como já acima referi, fiquei agradavelmente surpreendido com a atitude, apesar de saber que numa situação daquelas, com tanta testemunha, seria quase impossível desaparecer sem que alguém anotasse a matrícula.
Senti curiosidade, retirei o bilhete do vidro e li-o.
Dizia: Desculpa lá, pá.
Claro que estava a ironizar lá em cima, confessando, porém, que sou capaz de admirar a inteligência e rapidez de reacção, mesmo quando provêm de filhos da mãe.
Seja como for, habituem-se a reparar e a acentuar o positivo e não martelem tanto no negativo, vão ver que vos faz bem à pele.
12
Fev07

Oh shit...

antídoto
Algumas pessoas deixam-me verdadeiramente exasperado.
São os chatos, ansiosos, controladores, peganhentos, enfim, verdadeiras carraças que se atravessam na nossa vida só para chatear.
Pode ser o ‘amigo’ recente que parece que nos adora e não se priva de ligar cinco vezes ao dia, por razão nenhuma ou, pior ainda, tocar à campainha sem aviso prévio, a qualquer hora de qualquer dia. Ou o cliente a quem se diz que o assunto demora dois meses a ser resolvido, mas telefona todos os dias e passa pelo escritório duas vezes por semana, sempre a repisar o mesmo, sempre com a mesma conversa interminável, sempre a perguntar o já explicado milhentas vezes.
Pregam-nos secas medonhas, essencialmente por duas razões que já identifiquei: Por tudo e por nada.
E porque não os sacodes, perguntarão vocês.
Ó pá, eu tento, mas o facto é que este tipo de pessoas tem uma característica comum, o não perceberem, ou estarem-se marimbando, para os sinais directos ou indirectos do “vai-te embora, ó melga!”.
Eu olho para o relógio com frequência, eu afirmo já estar atrasado para um compromisso, eu levanto-me e dirijo-me para a porta, só falta mesmo empurrá-los escada abaixo, o que já esteve mais longe de vir a acontecer.
Ora bem, eu tenho uma paciência de corno, como diria a minha avó, mas tudo tem limites e chega a um ponto em que tenho que ser mesmo desagradável, o que se por um lado não me custa nada, por outro… é desagradável.
Foi por tudo isto que fiquei deliciado com esta ideia.







Será que resulta?
11
Fev07

SIM! E agora?

antídoto
Com tanta abstenção cheguei a temer, mas o sim ganhou e bem.
Hoje podemos sorrir a gostar um bocadinho mais deste país que se vai libertando muito lentamente das grilhetas mentais que o emperram.
Mas temos que ter a noção de que tudo está ainda por fazer.
Continua a ser essencial criar sistemas de acompanhamento e apoio social, de informação e educação, enfim, tudo o que já faltava em 1998, aquando do último referendo, tão debatido foi até à votação e esquecido no dia seguinte... até hoje.
Espero que os defensores do não sejam agora os primeiros a não deixar esta questão cair, de novo, no esquecimento.
E falta, ainda, perceber aquilo que aparentemente ninguém quis esclarecer.
Como é que a liberalização do aborto vai ser aplicada na prática, como funcionará o sistema, como se poderá reagir às resistências que sempre acontecem quando há mudanças.
A parte teórica já está, venham agora os burrocratas.

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