Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Little Drop of Poison

veneno avulso com antídoto incorporado

veneno avulso com antídoto incorporado

Little Drop of Poison

14
Jan07

Desafio

antídoto
Este senhor lançou um desafio que achei interessante e resultou no texto abaixo.
------------------------
Olha pela janela, para o negrume da noite e deixa-se ficar ali, a testa encostada ao vidro, imerso em pensamentos. Será que ela adivinha as emoções que lhe provoca? Será que conseguirá dela um eco relativamente ao que sente? Ou será que, como parece, para ela é só alguém suficientemente interessante para uma noite de sexo?
Esta última hipótese provoca-lhe um aperto no estômago. Abana a cabeça, não se reconhecendo. Pois não era apenas isso que sempre desejou das mulheres com quem se cruzou na vida?
Dirige-se à cozinha, põe água na máquina e prepara um café, que acaba por ficar a arrefecer, esquecido sobre a mesa.
A ironia da situação fá-lo esboçar um sorriso triste. Ele, a quem tantas vezes chamaram desprendido, indiferente, frio, distante, está agora a provar do seu próprio remédio. Ele, que julgava ter uma pedra no lugar do coração, o hiper racional, vê-se agora enleado nas teias da paixão não retribuída e a sentir um frio de morte a invadir-lhe a alma.
Ainda lhe sente o cheiro e recorda, absorto, o som da sua voz cálida, os seus gestos, o calor da sua pele, a excitação que lhe provocou a audácia com que ela procurou o prazer.
Há muito tempo que ninguém era capaz de lhe estimular assim os sentidos, não apenas no sexo, mas de todas as formas possíveis e imaginárias, ao ponto de o fazer perder o norte.
A perspectiva de ter finalmente encontrado a mulher que nem sabia que desejava, é como uma tela cheia de cor e vivacidade, uma pintura belíssima com que anseia preencher uma vida demasiado solitária.
Porque será que o amor é tantas vezes sinónimo de dor?
Olha-se ao espelho, reparando nos olhos cansados, nas rugas vincadas… É tarde, precisa tentar descansar.
Sobe os degraus, dirige-se ao quarto e estende-se na cama, ainda vestido, puxando para cima de si a velha manta de retalhos que foi da sua avó.
Antes de adormecer sente-se invadir pela doçura que lhe transmite a ideia de uma vida a dois.
Nos próximos dias saberá…

1 comentário

Comentar:

Comentar via SAPO Blogs

Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

Este blog tem comentários moderados.

Este blog optou por gravar os IPs de quem comenta os seus posts.

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2011
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2010
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2009
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2008
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2007
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2006
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D