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Out07
O coração tem mais quartos que uma casa de putas *
antídoto
Todos os estudos afirmam que a monogamia é uma raridade entre os animais e com o Homo Sapiens não é diferente.
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O facto é que nós, bichos com alma, achamos que, por isso mesmo, estamos livres da influência biológica, regemos as nossas vidas e tomamos as nossas decisões apenas e só tendo por base o intelecto.
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Nada mais errado. Cada vez surgem mais provas de que a nossa animalidade está bem presente e influencia, mais do que gostaríamos, a forma como nos comportamos.
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A monogamia não passa de um mito contranatura, laboriosamente erigido pela cultura humana, um caldo fervido com muitas doses de preceitos religiosos (catolicismo a granel), um bocado de pragmatismo económico (como a necessidade de regular o direito à propriedade privada), um toque de ingredientes sociais (reconhecimento da prole) e, claro, um punhado de comodismo, já que não é toda a gente que tem estofo ou disposição para enfrentar o arriscado e instável mercado de encontros.
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“O mais poderoso mito que envolve a monogamia é aquele que diz que, ao encontrarmos o amor das nossas vidas, nos dedicaríamos inteiramente a ele”. Quem o afirma são o psicólogo David Barash e a psiquiatra Judith Eve Lipton, autores de “The Myth of Monogamy: Fidelity and Infidelity in Animals and People” e casados entre si há mais de 20 anos (agora ri-me).
Por estas e por outras é que eu nunca prometo fidelidade, sim lealdade.
O que me lixa é que nenhum estudo científico consegue explicar razoavelmente a componente fundamental da esmagadora maioria das relações humanas: O amor.
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Seja lá como for, vi no blog Murcon que a poligamia faz mal aos homens, parece que quanto mais poligâmica é uma espécie, mais depressa os machos envelhecem e morrem.
Os investigadores da Universidade de Cambridge concluíram que isto acontece em função da intensa competição sexual.
Por isso, companheiros, tenham medo, tenham muito medo.
E saiam-me da frente! : )
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* in “O Amor nos Tempos de Cólera” de Gabriel García Marquéz
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