15
Out07
O amor é...
antídoto
Já todos devem conhecer a história do casal bósnio que se conheceu e apaixonou na Internet e, quando marcaram o primeiro encontro, descobriram que eram marido e mulher.
Nem vou aqui discutir as relações virtuais, para mim não são nem melhores nem piores que quaisquer outras.
O que me deixa realmente a matutar é o fenómeno geral do enamoramento.
Aqueles dois mocinhos apaixonaram-se e casaram, deixaram morrer a relação e reapaixonaram-se na Internet, sem saberem que estavam a falar com a mesma pessoa com quem viviam.
Afinal eram ideais um para o outro ou não? Aparentemente sim, tinham tudo em comum. Apenas não se podiam ver.
O que faz com que acabe a comunicação entre um casal? O que é que mata as relações?
É que idealizar o outro é muito bonito e estimulante, mas a realidade do dia-a-dia é uma coisa completamente diferente.
Porque é que trocamos os nossos parceiros por outras pessoas?
Fácil. Com o outro é tudo bom, tudo novidade, tudo desejo, tudo disponibilidade, tudo namoro.
Com a nossa companhia de anos já nada é estimulante, com ela partilhamos as preocupações, os problemas, o tédio, os cheiros, o mau feitio...
E se a trocarmos, em poucos anos vamos ter exactamente o que tínhamos com a anterior.
Eu gostava mesmo de acreditar que é possível, mas acabo sempre a pensar que o amor é uma ilusão, ou antes, que o amor tem um prazo de validade.
E já estou a ouvir todos os apaixonados e românticos a debitarem os argumentos que todos conhecemos e ainda bem que assim é, mas…
Mas nada.
Saciar o corpinho é muito bom, mesmo sem amor, mas quando o fazemos com paixão é que percebemos a diferença.
Só por isso é que nunca digo nunca.